3 de outubro de 2011

Aqui dentro


Para ler ao som de Balada de Agosto   de Zeca Baleiro
É como se tudo voltasse.
Não te vejo, mas nunca me deixaste.
E esse teu olhar malicioso
Que me encontra em meio à multidão
E se esconde de mim.
Tenho muito em ti pensado
Tanto que sempre te esqueço
Tanto a ser dito e entre nós o silêncio.
Talvez esse amor deva mesmo ser recolhido
Deixado nalgum lugar onde eu nunca estive
Nem nunca estivesses
Para que ele não saiba nos seguir

*
(Anny Luna)

23 de agosto de 2011

Palavras soltas

Primavera
Conversa
Vontade
Segredo
Encontro
Música
Desejo
Viagem
Desencontro
Passeio
Praia
Lagoa
Deserto
Casa
Quarto
Sala
Banheiro
Barulho
Portão
Vento
Brecha
Cachorro
Vizinho
Parente
Recomeço
Escada
Sofá
Fevereiro
Carnaval
Lembrança
Tempo
Violão
Bar
Vestido
Tv
Colchão
Parede
Macarrão
Coca
Chocolate
Computador
Desenho
Filme
The end!




Presságio

Antes de me dizer adeus
Me olhe nos olhos
E me diga coisas lindas
Segure minha mão
E me leve ao cinema
Me faça uma música
E cante-a pra mim


Me abrace forte
Deixe escapar uma lágrima
E me beije a testa
Diga que nunca me esquecerá
Me conte uma mentira fofa
Me deixe perdida de amor


Passe o dia comigo
Conte-me uma história
E me deixe descansar em seus braços


Dê-me boas lembranças
E inesquecíveis aventuras
Me leve a uma praia deserta
E faça amor comigo


Deixe comigo os nossos sonhos
As nossas risadas
E o nosso silêncio
Leve consigo a alegria
Antes de dizer adeus.

27 de julho de 2011

Sorrindo

Hoje acordei com você no pensamento. Estranho para o que vivemos, mesmo assim sorri. Sorri pelos sorrisos que arrancastes de mim, mesmo sendo eu tão dura. Sorri pelas palavras doces que disseste e que eu cismava em repreender. Sorri por ter você no pensamento. Percebo que estou amolecendo, algo estranho está acontecendo e isso me da medo e me faz sorrir. Talvez no decorrer do dia você não esteja mais comigo, talvez a noite eu te recorde e sorria novamente. Mas já valeu ter sorrido por alguém que nem conheço e já me fez ter um dia feliz. É agradável o som do dia quando você sorri por tudo e por nada, encontra abraços carinhosos e tudo sorri pra você de volta. Gosto dessa sensação.  Favor, senhor desconhecido, seja bem vindo a esta morada e sinta-se a vontade em arrancar de mim o que de mais belo encontras e eu não me negarei a dar... sorrindo!




[Anny Luna]

15 de junho de 2011

Vem pra compor

A minha letra está sem som
A tua canção está sem voz
Que bom seria
Se minha letra ouvisse teu som
E a tua música encontrasse minha poesia
E que este encontro colorisse
O preto da minha letra,
O branco da tua melodia

A minha letra fala do amor
Que a tua canção embala
Perdida em algum lugar...

Minha voz desafinada
Sem teu som, não faz canção
Os meus dedos desatrevem
A dedilhar um violão

Vem, e traz melodia pra minha canção!

13 de abril de 2011

Rabiscos

Enquanto caminhava pelas ruas, com a mente atordoada de preocupações (contas de água não paga, plano odontológico que preciso fazer, almoço pra aprontar) tentando por ordem nessa bagunça, algo mais simples chamou minha atenção: um senhor passava ao meu lado em sua bicicleta e cantava "eu quero apenas olhar os campos, eu quero apenas cantar meu canto, eu só não quero cantar sozinho, eu quero um coro de passarinho, quero levar o meu canto amigo a qualquer amigo que precisar...". Por um instante não pensei em nada. Por um instante esqueci os problemas. Esqueci a dor da alma e a ouvi cantar junto. "eu quero crer na paz do futuro, eu quero ter um quintal sem muro, quero meu filho pisando firme, cantando alto, sorrindo livre...". Me dei conta do vento me beijando o rosto, me soprando os cabelos e convidando a ir com ele sem rumo. Senti o cheiro da rosa enquanto passava por uma casa com um jardim florido. E percebi que meus problemas não tem fundamento.

*
(Anny Luna)

31 de março de 2011

A-filhada


Costumo dizer que é o meu melhor presente
Acho que esse foi o melhor convite que já recebi,
Hoje, vejo você florescer
Te olho e te noto tão forte e tão frágil
E é aí que eu me vejo,
Ao teu lado!
Te segurando na mão
E te convidando a caminhar comigo
Eu sei que a estrada é longa
E que nós estamos apenas no começo
Mas estamos juntas,
E não me sinto maior que você
Responsabilidade não tem a ver com grandeza
Está mais ligada a comprometimento
E mesmo sendo tão pequena
Eu me disponho a você.
E te dou o meu melhor!

Agora, juntas 
Nos tornamos companheiras
Dividimos os choros, 
As incompreensões,
As dúvidas...
E os sorrisos.
A melhor parte!

*
(Anny Luna)


"Eu fico me lembrando da minha terrível dúvida quando me perguntaram: "Qual sua madrinha? Eu já tenho a minha" :$ Nooossa, eu nem fazia idéia de como encontrar alguem definitivamente certo, pro cargo de me carregar, acompanhar, aturar... Daí eu resolvi perguntar a Papai, todas as noites, que olhasse cada pessoa em minha vida e me mostrasse a que estaria sempre comg, e uma noite eu sonhei, não sei se por acaso.. Com nós duas andando, não sei onde, nem como, apenas caminhando lado a lado, naquela manhã, ao acordar eu tive a certeza, era você quem eu queria pra chamar de madrinha e ainda sentir vergoinha todas as vezes! *-* " (Gaby Fidellis)




16 de março de 2011

Quando eu acordar


Você só é idiota até quando você quer
Você será sempre vítima,
Enquanto se colocar nessa condição!

Então cansei de ser a mocinha,
Cansei de ser a boazinha!
Agora eu vou atacar!
Porque ficar parado é pros fracos
E isso, ah...
Eu já provei que não sou!

Não se preocupe com as ameaças!
Mas fuja de mim quando me encontrar,
Com certeza você não vai querer me testar!

Viva a sua vida que eu estou vivendo a minha
E muito bem por sinal!
Nada de 'deixa o tempo passar'
Atrás do tempo eu ando
E você... procure o seu lugar!


*
(Anny Luna)

17 de fevereiro de 2011

Cafeína.

Minha insônia ultimamente resolveu se instalar. Ligo a tv, notebook no colo e viajo. Às vezes vou à Salvador, perguntas do tipo "Como estás?" e frases do tipo "Estou com saudades" remetem a um consolo e uma paz inexplicável. Talvez seja a alegria da cidade ou talvez a hospitalidade bahiana que me faz querer voltar a ela todas as noites.  Outros dias vou à Arapiraca, relembro uma amizade que não se importa com tempo e distância para se manter saudável. Por vezes vou bem pertinho, do outro lado da rua palavras engraçadas me fazem esquecer que já passou da hora de dormir. Há dias não durmo. Tenho pensamentos inusitados, a maioria sempre me diverte. Vez ou outra compartilho e percebo que não sou a única a pensar bobagens tipo escada, céu estrelado e gelo. É um ótimo paliativo para insônia. De vez em quando sou psicólogo, apenas ouço, analiso e apresento o veredicto final. É madrugada, as luzes estão apagadas e acho que todos dormem. É uma boa solidão. Um momento em que me encontro e me perco pra depois me encontrar novamente. 


(Anny Luna)

3 de fevereiro de 2011

Despedida

Ainda ontem, ao me ver
balançou o rabinho
pedindo atenção,
já era tarde
eu nada podia fazer,
fiquei olhando
Ela se esforçava nesse trabalho,
Eu percebia pela respiração ofegante
Ela me olhou de volta,
Sabia que a hora havia chegado
Não reclamou, aceitou o desafio
Morrer é mesmo um desafio.
Ela encarou,
Era inexperiente,
E acho que sentiu medo
Mas sabia que não estava só...
Ela chorou, tadinha...
E eu também, ao ver seu desespero
Mas era uma tarefa que ela precisava fazer sozinha
Era uma viagem só de ida...
Luana parou de chorar, parou de gemer,
Parou de respirar.
Ainda ontem ela balançou o rabinho quando me viu...

(Anny Luna)

Cinthia.

Ela nem sempre acorda 'de boa'
E raramente me deseja um 'bom dia'
Mas eu já levanto feliz por ela ainda estar aqui
Ela chegou na minha vida depois
E ainda assim construiu parte do que sou
Devo muito de mim, a ela
Que por vezes desejei que fosse pra bem longe
Mas sempre falei dela
Estampando um imenso sorriso
"Minha irmã é linda", eu digo
Ela nem sempre me fala coisas boas
Nem sempre fala as coisas certas
Mas sempre me escuta quando eu preciso

(Lembro de uma vez
Em um fim de um namoro meu
Ela me pôs em seu colo
E me consolou...)

Ela é o meu lado forte,
Eu sou o frágil dela,
Às vezes acho que ela nem chora,
E se faz isso,
Não incomoda ninguém.
Ela é minha paciência
E meu lado racional também,
Apesar da pouca idade,
Eu tenho muito que aprender com ela.
Nossas conversas às vezes duram dias,
A gente rir, e até mente juntas
Gosto de cantar que ela
É meu grãozinho de ouro
E não me acho sem ela
Confesso que já imaginei sua perda,
E já chorei muito por isso também.
Os nossos puxões de cabelo,
As noites em que eu não a deixei dormir
Grudada ao telefone,
As noites que a gente dividia o mesmo quarto...

Talvez seja a timidez,
Ou o seu jeito recatado,
Ela não precisa me dizer,
Eu sinto. Ela também me ama!
Vejo isso nos sermões que ela me dá
Quando faço algo errado,
Ou quando estou sozinha
E ela é a única que me dá ouvidos
Quando defende os meus motivos
Nas conversas com mainha, ou painho
Nas lembranças da nossa infância...
Antes a gente saía juntas por obrigação
Agora obrigatoriamente ela me faz falta...






Te amo!
*
(Anny Luna)

2 de fevereiro de 2011

Não importa quando, venha!

São esses seus olhinhos que eu nunca vi
Que brilham todos os dias para mim
Olhos cor de mel, castanhos
ou da cor que Ele quiser...
Me fazem marejar os meus
Seus cabelos encaracolados
Lembrarão os dos anjos,
Os quais peço
Pra que velem por ti todas as noites
E que todas as noites faz meu coração disparar
Sentir as borboletas voando dentro de mim
Ouvir os sininhos tocarem
E ter certeza que é você
quem dá sentido a minha vida
Que há tanto tempo estava sem cor
E de repente o colorido me ofusca a visão
É pra você que eu quero 'ser alguém' na vida
Só de imaginar seu sorriso banguelo,
O meu não se contém...
Invade o meu ser
E até dirão que estou mais radiante
Mais bonita talvez,
Mas é você que me torna diferente,
E acho até que já sou melhor,
Ou que estou melhorando
Para estar pronta
Quando você chegar!

30 de janeiro de 2011

Fuga

E eu acordo meio sonolenta
Todas as manhãs são iguais
Uma lembrança sempre me recorre
Mas eu sempre fujo dela.
Levanto, como, bebo, banho-me
Ela ainda está ali,
Eu ainda estou fugindo
Ela ainda me persegue
Eu ainda estou fugindo...
A tv me distrai,
As musicas me falam
E eu finjo não entender
Ou finjo que finjo que não entendo?
No fim das contas o dia acaba
A tv continua ligada,
A música continua rolando,
Eu continuo fugindo
E ela continua me achando.

Amanhã?

Eu não quero momentos intermináveis
Quero minutos inenarráveis
Quero sorrisos, beijos e carinhos
Quero você e eu somente.
Estar assim e ser assim completamente
E depois... ah, depois não importa!
Basta viver o instante
E pro resto fechar a porta.

E viver intensamente
Ser feliz constantemente
Por que pra mim o que importa
É que eu esteja bem,
E se assim não for
Outro caminho eu escolho
Se você vem comigo ou não
Isso é problema seu
O que realmente me importa
É que eu esteja bem!


Prateando

Não sei se existe jeito certo para o amor, mas um dia ouvi dizer que "quando se aprende a amar o mundo passa a ser seu". Talvez eu concorde com essa afirmativa. Amar não é só querer o bem a uma pessoa em qualquer circunstância. Amar é principalmente estar a disposição daquela pessoa em qualquer circunstância. É estar disposto a abdicar da sua felicidade em respeito a felicidade dela. É estar disposto a morrer, se preciso, por ela. Não sei se todo mundo é capaz de tal amor. Mas amar desse modo já é ter o mundo ao seu dispor, pois tudo o que você precisa, o mundo de qual você necessita para viver, cabe dentro de você!


Amar é estar ao lado
Em qualquer situação
É estender a mão
Quando o que você mais quer
É fugir dalí
É correr em direção
Quando o que você mais precisa
É estar solitário
É sentir o calor que vem do abraço
Quando você só precisa do cobertor
É ouvir aquela voz
Quando o que você mais quer
É Sentir o silêncio
É receber o sorriso,
Enquanto o que você oferece é vazio
É receber uma rosa branca
Por um gesto seu tão simples
Que você nem notou enquanto fazia
É fazer parte de uma história
Enquanto você nem nota
E sem querer
Vai mudando uma vida.