3 de fevereiro de 2011

Despedida

Ainda ontem, ao me ver
balançou o rabinho
pedindo atenção,
já era tarde
eu nada podia fazer,
fiquei olhando
Ela se esforçava nesse trabalho,
Eu percebia pela respiração ofegante
Ela me olhou de volta,
Sabia que a hora havia chegado
Não reclamou, aceitou o desafio
Morrer é mesmo um desafio.
Ela encarou,
Era inexperiente,
E acho que sentiu medo
Mas sabia que não estava só...
Ela chorou, tadinha...
E eu também, ao ver seu desespero
Mas era uma tarefa que ela precisava fazer sozinha
Era uma viagem só de ida...
Luana parou de chorar, parou de gemer,
Parou de respirar.
Ainda ontem ela balançou o rabinho quando me viu...

(Anny Luna)

Cinthia.

Ela nem sempre acorda 'de boa'
E raramente me deseja um 'bom dia'
Mas eu já levanto feliz por ela ainda estar aqui
Ela chegou na minha vida depois
E ainda assim construiu parte do que sou
Devo muito de mim, a ela
Que por vezes desejei que fosse pra bem longe
Mas sempre falei dela
Estampando um imenso sorriso
"Minha irmã é linda", eu digo
Ela nem sempre me fala coisas boas
Nem sempre fala as coisas certas
Mas sempre me escuta quando eu preciso

(Lembro de uma vez
Em um fim de um namoro meu
Ela me pôs em seu colo
E me consolou...)

Ela é o meu lado forte,
Eu sou o frágil dela,
Às vezes acho que ela nem chora,
E se faz isso,
Não incomoda ninguém.
Ela é minha paciência
E meu lado racional também,
Apesar da pouca idade,
Eu tenho muito que aprender com ela.
Nossas conversas às vezes duram dias,
A gente rir, e até mente juntas
Gosto de cantar que ela
É meu grãozinho de ouro
E não me acho sem ela
Confesso que já imaginei sua perda,
E já chorei muito por isso também.
Os nossos puxões de cabelo,
As noites em que eu não a deixei dormir
Grudada ao telefone,
As noites que a gente dividia o mesmo quarto...

Talvez seja a timidez,
Ou o seu jeito recatado,
Ela não precisa me dizer,
Eu sinto. Ela também me ama!
Vejo isso nos sermões que ela me dá
Quando faço algo errado,
Ou quando estou sozinha
E ela é a única que me dá ouvidos
Quando defende os meus motivos
Nas conversas com mainha, ou painho
Nas lembranças da nossa infância...
Antes a gente saía juntas por obrigação
Agora obrigatoriamente ela me faz falta...






Te amo!
*
(Anny Luna)